terça-feira, maio 30, 2006

O sossego dessassossegado

tanta coisa para fazer
tantos momentos para viver
tantas pessoas para conhecer
tantos livros para devorar,
tantas ondas para mergulhar
tantos sítios para descobrir
tantos filmes para encarnar
tantas luas para declamar
tantos amigos para reconhecer
tantas músicas para descontrolar
tantas novidades para aprender
tantas mãos para sentir
tantas nuvens para apalpar
tantos gostos para provar
tantos cheiros para memorizar
tantas vontades para saciar
tantos olhares para cruzar
tantos beijos para saborear
tantas roupas para rasgar
tantos folegos para arrebatar
tantos mares para cheirar
tantas palavras para gritar
tantas sensações para experimentar
tantos kilometros para deslizar
tantas estrelas para ofuscar
tantas lembranças para sorrir
tantos corações para descontrolar!!!!!
...
e tudo porque as coisas, os momentos, as pessoas, os livros, as ondas, os sítios, os filmes, as luas, os amigos, as músicas, as novidades, as mãos, as nuvens, os gostos, os cheiros, as vontades, os olhares, os beijos, as roupas, os folegos, os mares, as palavras, as sensações, os kilometros, as estrelas, as lembranças, os corações existem
...
tanta vida por sossegar
tantos vivas por dar ao dessassossego da vida
...
e tudo porque tu existes
e tudo porque eu existo

sexta-feira, maio 26, 2006

Velhas Práticas de Mkt - Teoria "INHO"


Já toda a gente reparou que faz parte da gíria da Restauração acabar sempre as palavras (sobretudo as que tenham a ver com comida…) em “inho”.

Ora, isto não se deve ao facto de os géneros alimentícios serem pequenos ou em pouca quantidade (normalmente, antes pelo contrário….). Este uso e abuso dos diminutivos tem a intenção de exprimir qualidade: acaba em “inho” o que é bom! A carne, só pelo facto de ser “carninha”, tem logo aspecto de ser tenra. O “peixinho” dá logo ar de ser fresco. A “cervejinha” vai necessariamente ser bem tirada. O “arrozinho” é solto, e as “batatinhas” são douradas! Ao ouvir a palavra “pãozinho”, qual reflexo de Pavlov, o cheiro a pão caseiro, quente e estaladiço, imediatamente abalroa as nossas pituitárias! Apetece comer, tudo parece ir cair bem!!!! A própria “continha” (quer que a traga?) promete ser suave e moderada….

O que é isto? É marketing, meus amigos!!!! É verdade! Anda pr’aí malta em faculdades, a estudar teorias complicadíssimas, para chegar onde chegaram os empregados de mesa há anos, com o seu saber de eficiência sobejamente comprovada!!! Já pensaram nisto?! A aplicação do “inho” em outdoors, em folhetos, em anúncios…. Gente do marketing, toca a acordar!!!!

E aqui vai um exemplo do que pode passar-se num restaurante onde uma família comum (2 adultos e 2 crianças) decide ir matar a fome:

Pai ou Mãe - Então, hoje o que é que tem?
“Garçon” (para lhe dar um ar chique de restaurante francês) - O prato do dia é carapauzinhos com arrozinho, que está uma especialidade! Mas se preferirem, tenho ali um peixinho fresquinho, acabadinho de chegar, que só grelhadinho, com umas batatinhas, fica de se lhe tirar o chapéu!
Pai ou Mãe - Então pode ser o peixe grelhado. E para as crianças, bife com batatas fritas, por favor.
“Garçon” - Então pr’ós meninos é só o bifinho com as batatinhas fritas?
Pai ou Mãe - É, sim.
“Garçon” - E para beber?
Pai ou Mãe - São duas cervejas e água para as crianças.
“Garçon” - (em voz baixa enquanto escreve) Duas cervejinhas e uma aguinha….É tudo?
Pai ou Mãe - É, sim.
“Garçon” - Muito bem, então trago já o pãozinho com as azeitonazinhas.
por ISABEL MONTES PALMA

quarta-feira, maio 24, 2006

AS COISAS BOAS DA VIDA

Um dia recebi um mail com uma listagem das coisas boas da vida! vá-se lá saber porquê resolvi guarda-lo, e em dias menos bons dou por mim a lê-lo e a sorrir. Cá vai, uma listagem de 50 coisas boas da vida:

1. Apaixonar-se.
2. Rir tanto até que as faces doam.
3. Um chuveiro quente.
4. Um supermercado sem filas.
5. Um olhar especial.
6. Receber correio.
7. Conduzir numa estrada linda.
8. Ouvir a nossa música preferida no rádio.
9. Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora.
10. Toalhas quentes acabadas de serem brunidas.
11. Encontrar a camisola que se quer em saldo a metade do preço.
12. Batido de chocolate (ou baunilha) (ou morango).
13. Uma chamada de longa distância.
14. Um banho de espuma.
15. Rir baixinho.
16. Uma boa conversa.
17. A praia.
18. Encontrar uma nota de 20 euros no casaco pendurado desde o último Inverno.
19. Rir-se de si mesmo.
20. Chamadas à meia noite que duram horas
21. Correr entre os jactos de água de um aspersor.
22. Rir por nenhuma razão especial.
23. Alguém que te diz que és o máximo.
24. Rir de uma anedota que vem à memória.
25. Amigos.
26. Ouvir acidentalmente alguém dizer bem de nós.
27. Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir.
28. O primeiro beijo (ou mesmo o primeiro ou o primeiro com novo parceiro).
29. Fazer novos amigos ou passar o tempo com os velhos.
30. Brincar com um cachorrinho.
31. Haver alguém a mexer-te no cabelo.
32. Belos sonhos.
33. Chocolate quente.
34. Fazer-se à estrada com amigos.
35. Balancear-se num balancé.
36. Embrulhar presentes sob a árvore de Natal comendo chocolates e bebendo a bebida favorita. 37. Letras de canções na capa do CD para podermos cantá-las sem nos sentirmos estúpidos.
38. Ir a um bom concerto.
39. Trocar um olhar com um belo desconhecido.
40. Ganhar um jogo renhido.
41. Fazer bolachas de chocolate.
42. Receber de amigos biscoitos feitos em casa.
43. Passar tempo com amigos íntimos.
44. Ver o sorriso e ouvir as gargalhadas dos amigos.
45. Andar de mão dada com quem gostamos.
46. Encontrar por acaso um velho amigo e ver que algumas coisas (boas ou más) nunca mudam.
47. Patinar sem cair.
48. Observar o contentamento de alguém que está a abrir um presente que lhe ofereceste.
49. Ver o nascer do sol.
50. Levantar-se da cama todas as manhãs e agradecer outro belo dia.

Eu acrescentaria ainda muitas outras coisas... ficam aqui algumas

51. Um serão com uma boa companhia à lareira
52. Apanhar sol deitada na relva
53. Um passeio à beira mar numa noite de lua cheia
54. Os sorrisos que as lembranças nos trazem
55. Um momento que uma foto pode eternizar
56. Receber os amigos em casa e cozinhar para eles
57. Ler um bom livro com o sol a bater-nos na cara
58. Andar, andar, andar até nos cansarmos
59. Ver uma chuva de estrelas cadentes
60. Boiar no mar e deixar-nos ir à deriva
.....
Espero por outras vossas!
Chegaremos às 100!?!?!?

terça-feira, maio 23, 2006

Palmiers Recheados e outras manias

Todos nós temos rotinas. Vícios. Excitações caracterizadas por ideias fixas.
Não há cultura que faça a diferença. Mas, no melting pot do meu habitat diário – aculturado por alemães, holandeses, brasileiros, ucranianos, peruanos, polacos, belgas, ingleses, sul-africanos e afins com quem trabalhamos – distingue-nos o palmier recheado. É que eu e a minha malta somos adeptos do dito. Os cafés circundantes até já têm stock suficiente para “alimentar” o capricho. O que eles não sabem é que eu já sofria da rotina do palmier, Sábados ao pequeno-almoço! Este convívio só me agravou a mania.

Mas tenho várias outras manias (algumas nem devo ter reparado que tenho). Adoro ver fotografias e sinto que por vezes sou bastante chata, pressiono até estar saciada de fotos. Outra, odeio deixar as coisas para depois. Se decido que tenho de fazer qualquer coisa, fico obsessiva até conseguir acabá-la. E-mails: é a loucura! Tenho uma ordem sequencial de ver as minhas várias caixas de e-mail. E repito isto várias vezes por dia. Baton hidratante. Esta foi uma mania que me pegaram. Ponho e depois esfrego com a ponta do dedo indicador até ficar devidamente espalhado. Também sou viciada em inventar palavras novas: do meu dicionário fazem parte berris, cunhambanos, jabiraca, barrigus, baluks, sili, maluquete, merricanos farrabados, etc… e muitas palavras acabadas em “is”.

Das voltas que dei a ler outros blogs percebi que existe quase sempre um post sobre manias. Por isso, já chega das minhas. Quero saber as vossas. Chutem!

segunda-feira, maio 22, 2006

"Vê lá se não te entalo"

é bom termos amigas assim!!!!!!!
com as quais sabemos que podemos contar sempre
que nos entendem como pouca gente
que se preocupam connosco
que nos fazem rir, muito
e nas quais podemos confiar de forma a saber que mesmo que "entaladas" nunca seria de forma a nos deixar mal

OBRIGADA AMIGA

a foto diz tudo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!(ou mais que isso)

sexta-feira, maio 19, 2006

Miopia e Pó d'Arroz


Ontem estive num conhecido e moderno bar de LX, bem ao fim da tarde, numa prova de vinhos. Festa de Lançamento de mais um vinho cor-de-rosa. Bem bom. Bom bar, boa companhia, bom som.

Como todo e qualquer evento que se preze, a operação garantiu que lá estavam os intervenientes necessários a uma cobertura bem sucedida do evento. É interessante. Tive crises de miopia o tempo todo, mesmo sendo a festa de um vinho cor-de-rosa pareceu-me que lá estavam muitos mais cor-de-rosa do que dos outros. Mas é mesmo assim, todos são “especializados” em tudo, nem sei como é que ainda existe essa distinção. Também não percebi quem afinal eram os ditos VIP’s, os que conhecemos, os promotores do evento ou os que falam deles…

Não sendo adepta deste tipo de eventos, nem pertencendo à classe dos “bico de pés”, é com frequência que acabo no meio destes filmes. Quem me conhece sabe que é só rir! Delicio-me com flashes de ridículo nestes encontros.

Ensinaram-me que são vitais para o sucesso das operações. Falo dos “bico de pés” e dos “especializados”. Assim como também me ensinaram que para que cumpram o dever é preciso que sejam muito bem “alimentados”. Ambos. E depois é muito interessante porque se conhecem muito bem, ó não estivessem sempre presentes nas mesmas ocasiões. Especializadas essas também.

A “maquilhagem” era tanta, tanta que às tantas percebi que não há diferenças entre eles. À medida que iam chegando, vidravam uns nos outros, melavam mesmo. Eles eram as estrelas, o colorido chic e choc. Queriam lá saber se o protagonismo era d’outros. Afinal, já não se viam desde há 2 dias, na festa “da outra”.

Tou mortinha por ver o resultado nas bancas. Aposto que o pó d’arroz dos “especializados” disfarçou bem todos os “oops, o que é que eu estou mesmo a beber?!”.

quinta-feira, maio 18, 2006

Dente de Leão

... é um momento tão único e desejado que quase sufoca de tanto preenchimento. Nada de mau existe e até a chuva que se adivinha ajuda a aumentar essa felicidade...
A flor desfaz-se com o vento, os nossos olhos cruzam-se e choram de saber que o exagero do momento, acabou com ele pelo simples facto de nunca mais se poder voltar a repetir.

Resta o caule...

Quanto à bolinha branca e perfeita, essa voou! Voou para semear por onde passar outros momentos e outras pessoas que ficarão marcadas para sempre....

quarta-feira, maio 17, 2006

Espírito PANTONE


Hoje comecei o dia com aqueles dramas das roupas e achei que podia ser um tema interessante de partilhar.

A filosofia chinesa do Feng Shui acredita que as cores devem ser escolhidas intuitivamente e que a sua aplicação faz com que nos sintamos mais relaxados, estimulados, deprimidos ou alegres. Existem uma série de estudos que comprovam a importância das cores no nosso estado de espírito. E cada vez mais são os especialistas que defendem que as cores emitem vibrações influenciando o nosso físico, espírito e plano emocional.

No meu caso, para além da necessidade básica de me “tapar”, visto-me para mim. Revejo-me nas cores e formas e crio um imaginário à volta do que visto, tentando variar o mais possível. Já me disseram várias vezes que não repito toilettes, que sou capaz de ter vários estilos e que sou inventiva. E realmente, pensando bem, sou mesmo assim. Não tenho um grande e bom guarda-roupa, mas “trabalho” para a minha individualidade e unicidade. E nada disto significa que o meu estado de espírito varia assim tanto…

Hoje de manhã, por exemplo, fiquei em brasa porque não encontrava nada que me apetecesse vestir. Depois lá me decidi. E quando comecei a pensar no dilema, tentei interpretá-lo e questionei se haveria no meu estado de espírito algum tipo de apatia, desinteresse, insegurança ou dúvida. Acho que não! Havia era pouca roupa nova para vestir! Logo depreendi: desejo de renovação! Só pode ser isto!

Mas isto sou eu. Há quem se vista para as imposições de regras laborais ou por necessidade de afirmação de classe social. Numa perspectiva de Feng Shui, as primeiras devem ter dias terrivelmente infelizes e as segundas devem viver (aparentemente) radiantes. Numa perspectiva de Marketing (aplicado à comunicação de marcas de têxteis e acessórios), as primeiras são preteridas pelas segundas, que são muito apetecíveis devido à vulnerabilidade que as caracteriza. Talvez a única coisa que tenham em comum seja o sentimento de pertença, não a elas próprias, mas às formas e cores que representam: as primeiras vestem “a camisola da empresa”, as segundas vestem os valores das marcas que idolatram.

E os homens? Será que têm estes dramas da escolha da roupa, das cores? Um estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos concluiu que um grande número de mulheres vê mais cor do que os homens, devido a uma transformação no gene envolvido na percepção da cor vermelha nas células da retina. Isto significa que a capacidade de experimentarem estados de espírito também é inferior à das mulheres?

Depois, há os metrosexuais! Sofisticados, capazes de vestir roupa diferente do tradicional corte masculino, de conjugar cores, de ter uma casa bem decorada, cuidam corpo, da saúde e alimentação, tratam das mãos e do cabelo. São até capazes de acompanhar uma mulher às compras e dar belíssimas opiniões. O “cheiro a cavalo” está obsoleto! E como estão sempre bem apresentados, devem ser pessoas felizes e com “alto astral”.

Digo eu… gostava de saber a vossa opinião.
E já agora saibam qual a vossa cor em www.colorstrology.com

terça-feira, maio 16, 2006

As viagens das nossas vidas


as que fazemos diariamente em sonhos
as que nos fazem perceber que existem muitos mundos muito diferentes do nosso
as que nos fazem acreditar noutras vidas, tal é a sensação de já lá termos estado antes
as que nos ensinam mais que alguns professores que tivemos
as que nos provocam saudades antes ainda de embarcar
as que começam meses antes de partir e que ficam por anos
as que sempre anseámos fazer
as que nos inspiram os dias de trabalho
as que mudam as nossas vidas

a ressaca que fica quando ficamos!!!!!

segunda-feira, maio 15, 2006

18Km LÁ MUITO EM CIMA


Sábado, 13 de Maio… a “malta” não foi a Fátima! Fomos antes a Cynthia (cá entre nós, “Serra de Sintra”!).

Às 08h30 estávamos prontas a percorrer aquele que é um dos mais completos e enigmáticos caminhos antigos de Portugal.

Saímos da Quinta da Marinha, rumo ao céu, com uma pequena passagem pelos MVNDVS INTERNUVS (infernos), nos quais as virgens negras e os rituais da fertilidade assumem especial importância. Próxima paragem? O espaço iniciático de Porto Covo, onde visitamos as capelas encobertas do V Império (Espírito-Santo) e a Capela Branca de Nossa Senhora da Conceição de Porto Covo (Fertilidade Uterina).

Sempre com o cume da Serra e a face lunar feminina sintrense no horizonte, a patriarcal cascalense como pano de fundo, foi no Tholos do Monge que parámos esfomeadas para “festa da alimentação”. Aqui, local onde monges vestidos de negro, simbolizando a iniciação nos sub-mundos, se entregavam em prol do destino da humanidade… sabe-se lá como!

Acabámos a conhecer as penhas sacralizadas pelo virtuosismo monástico, conhecemos a outra face de uma Nossa Senhora da Peninha situada próximo do céu, mas com uma tez negra. Fiquei com a ideia que era a guardiã de um muito antigo (e fictício?) cemitério de crianças.

A experiência recomenda-se.

Texto adaptado de “Da Terra ao Céu, com passagem pelo Inferno”, de João Aníbal Henriques

quinta-feira, maio 11, 2006

LISBOETAS


Assim aparentemente e pelo título, os mais distraídos ou menos bem informados achariam que seria mais um filme português, algures entre o Crime do Padre Amaro e a Zona J, a retratar a Nova Lisboa com gentes (de origem muito próxima à sua antiga colonizada homónima) e vivências cada vez mais aproximadas daquelas a que nos vamos habituando de ver nos filmes americanos dos subúrbios das grandes cidades.
Para outros mais regionalistas, este seria um filme a não ver sobre "os mouros", esses gajos com a mania que o mundo é só deles e tudo o que se passa de importante tem de ser sempre à volta dos seus umbigos (título muito mal escolhido se tiver como objectivo ser visto em terras do norte).
Mas o filme não é nada disso. É um documentário. É uma história de vidas reais, inacreditavelmente, mas reais. Consegue mostrar que esta nossa tão famosa hospitalidade lusa não será tanto assim... hospitalidade talvez, mas apenas em situações temporárias.
Este filme trata sim de novos "lisboetas" mas mesmo com mtas e mtas """"""""""". Estes são os "Lisboetas" provenientes de outras latitudes e que procuram em Lisboa, não a sua tão turística luz a bater nas sete colinas com fado como pano de fundo e pasteis de Belém à acompanhar as bicas, mas sim a Lisboa dos Euros que tanto lhes fazem falta nos seus países de origem.
E todos eles procuram esses Euros a todo o custo, tendo de ultrapassar muitos e variados obstáculos, que vão desde a burocracia tão tipicamente nossa agravada em muitos dos casos pela complexidade da língua que não se percebe melhor (contrariamente ao que se pensa) falando-a mais alto, passando pela "qualidade" e acessibilidade dos nossos sistemas de saúde e educação, e finalizando com a "exploração" conseguida quando o procurado são trabalhos em que de facto nenhum dos outros Lisboetas, os de origem (se é que estes existem), sequer ousam em pensar fazer um dia, nem que seja por "brincadeira".
Resta-lhes aproveitar bem todos os preciosos euros conseguidos após esta maratona e meia de obstáculos, e gozar aquilo que temos de melhor: o nosso sol, o nosso rio, a nossa praia e a eterna esperança que muitos (espero eu) vamos tendo, de que um dia será tudo diferente!
O sucesso deste filme e todas as lágrimas e nós no estômago que ele provoca não serão sinónimo dessa esperança?!?!?!?!
Ou serei eu (e os miúdos que brincavam nos jogos d'água do martim moniz) demasiado optimista?!?!!?
Para quem ainda não viu, o conselho de não o perder. (por cá está apenas no Nimas).

quarta-feira, maio 10, 2006

O dia a dia de uma STAR – Parte II “Ele também é estrela”

Pois é. Se o post teve algum sucesso junto da comunidade feminina, deixem-me dizer-vos que fui verbalmente agredida pelo próprio do chefe “delas”, que me acusou de não lhe ter dado o devido protagonismo. E disse bem. Afinal, não é qualquer um que consegue sobreviver lúcido no meio deste “quintal” sem depenar as galinhas todas.

Agora o difícil: Mr. Big, que o nome diz tudo? Aidan, o irresistível “Yes, Carrie”? Trey, o pedigree impotente? Standford, o careca “melhor amigo”?

Com o Big, algumas semelhanças… principalmente na parte de convencê-las de que com ele é que estão bem, que se o tratarem bem saem beneficiadas; Seria um Aidan perfeito se não pusesse o romantismo de lado e não fosse necessário estar constantemente a relembrá-lo “daquelas” datas; de Trey, à parte dos aspectos que não me dizem respeito (hehehe), só mesmo o background cultural; também não me parece encaixar nas inclinações sexuais e larga superfície calva do Standford

Não sendo fácil atribuir-lhe uma personagem, só me resta dizer que é a “nossa estrela”, aquele que chega sempre cedo para poder receber-nos bem, o que é o último a sair para garantir que vamos bem, o que colabora activamente no redesenho do layout do nosso escritório, aquele que nos presenteia com bombons semanalmente, o que está sempre pronto para ir connosco às compras e para ouvir os nossos problemas.
Que homenzaço, ou homenzarão!! Rrão, ão, ão, ão, ão……….

Suspiros...

"Sim, o amor é vão
É certo e sabido
Mas então (porque não) porque sopra ao ouvido
O sopro do coração
Se o amor é vão
Mera dor
Mero gozo
Sorvedouro caprichoso
No sopro do coração...
Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do corpo num turbilhão
Sopra doido
E o que foi do corpo alado nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas,
Raras
Raras
Raras
Corto em dois limão
Chego ao ouvido
Ao frescor
Ao barulho
Á acidez do mergulho
No sangue do coração
Pulsar em vão
É bem dele
É bem isso
E apesar disso eriça a pele
No sopro do coração... "

Clã

(vãs são tb as palavras... já dizia o poeta!)

terça-feira, maio 09, 2006

O dia a dia de uma STAR

Se vos disser que vivo diariamente num ambiente de “O Sexo e a Cidade”, provavelmente vão pensar “eu também”. No meu caso, não posso deixar de partilhar. Até porque “elas” são muitas vezes a melhor gargalhada, a expressão da boa loucura e a pílula do dia seguinte!

A “nossa” Samantha é uma verdadeira star. Toda ela é fashion e guys. Aparece muitas vezes na TV, em anúncios de marcas prestigiadas. Linda de morrer, deixa-nos a todas com uma camada de nervos quando logo de manhã constatamos que está no seu melhor. É o género que pode dizer asneiras, espancar armários e cuspir para o chão porque nunca perde o brilho! “Men, they may have you on your knees, but you've got them by the balls.”

Miranda dá-nos uma perspectiva extremamente crítica sobre os homens. Na série é a Carrie’s best friend. Aqui é o “nosso” grilo falante, só que com muito mais piada! É um bom exemplo de como se ser solteira, com carreira e mãe at the same time. Delicia-nos com relatos de viagens, expressões tipo “tá boazinha?!”, “pinceladas amorosas” ao chefe e protocolo de acolhimento de novos colegas “Venha cá, qual é o seu signo? Sabe que aqui há regras?! Não me venha com essa conversa que fico doente!”…

Às vezes é bom parecer a mais conservadora e tradicional. Equilibra a coisa. Mas esta Charlotte consegue ser bem spicy e surpreender a malta toda com laivos de criatividade, sarcasmo e outros dotes (“daqueles”). Rotineira, brinda-nos diariamente com a doença de Asperger (há anos que come todos os dias a mesma coisa), não há nada que aconteça aos outros que já não lhe tenha acontecido ou a alguém que conhece. “Did I ever tell you I was a cheerleader?” Não, mas não duvidamos!

E eu? Eu forjei o teste! (convinha, né?!!)

Sex

segunda-feira, maio 08, 2006

Comments... no comments

Olá a todos os nossos leitores que já começam a ser em numero considerável! Isto que para nós começou como mais uma experiência cibernautica, agora revela-se numa forma viciante de mostrarmos bocadinhos de nós e do nosso mundo, inicialmente a pessoas de quem gostamos, de uma forma menos controlada e à posterior a amigos dos nossos amigos. No fundo a quem de alguma forma se consiga identificar/compreender com uma frase que seja das que temos escrito. Sabemos estar a ser lidas de uma forma curiosa e atenta por alguns de vocês! Também sabemos que temos conseguido chegar onde queriamos de forma algo incosnciente de início, à "boa avaliação" das pessoas que nos são próximas e que isso é um incentivo para continuarmos! Por tudo isso e também pela "ressaca" que dão os dias em que não nos comunicamos um bocadinho, o gozo e o picanço de buscar e escrever é cada dia que passa maior. Talvez nos comecemos a aperceber que a tendência normal é por cada dia que passa este espaço se tornar cada vez mais intimista e talvez por isso intimidatório aos vossos comentários. Apesar disso e sem que tenhamos o feedback imediato e online via comment queremos que saibam que todas as vossas visitas são um prazer para nós e todos os vossos comentários por revelar/por fazer são uma honra!
Muito obrigada e continuem a visitar-nos como até hoje!
Be our guests!!!!!!!!


(amiga, falei no plural mas estou convicta que assinarás por baixo ehehehe - democracia é assim ;-)

sexta-feira, maio 05, 2006

Natureza Humana


Como tudo começou?
Qual foi de facto o embrião do universo?
Vou revelar-vos todos esses segredos. Agora, já!






O segredo está na maçã. Sim "ouviram" bem, na maçã!!!!
Ficam alguns exemplos que comprovam a minha teoria:
- Não foi ela a causadora do primeiro pecado da história?
- Não foi por causa dela que descobrimos que estamos agarrados à terra por uma força que raramente nos deixa separar?
- Não foi ela que adormeceu um dos nossos idolos de infância até que o principe encantado a resolvesse acordar?
- Não foi ela prova de coragem ao ser alvo no cimo de uma cabeça?
- Não é uma desta espécie que anda no bolso de todos a dar música nos momentos que mais precisamos?

Da próxima vez que forem ao supermercado peguem numa e perguntem-lhe para onde nós iremos a seguir. Não será ela capaz de se transformar numa espécie de bola de cristal e dizer-nos para onde vamos, tal como as pedras alinhadas e muralhadas dos castelos e fortificações testemunham séculos de angústias, violências, momentos de felicidade e pedaços de alguma paz vividos pela História?

Virose


"O importante, disse-o um dia a alguém que me pedia conselho, é ser-se o que se é e tornar-se contagioso. A primeira responsabilidade que nos assiste é saber o que se é: continuo convencido de que todos nós nascemos com uma partitura na cabeça. Depois, tantas vezes, ou porque nos faltou mestre de música, ou porque não encontramos piano à mão, vamo-nos entretendo a tocar coisas que não são da nossa partitura. Há então que fazer o esforço, individual ou colectivo, de achar o mestre e o piano que a partitura exige. Conseguido isso, devemos tornar-nos contagiosos."

Prof. Agostinho da Silva

quinta-feira, maio 04, 2006

The page cannot be displayed


Ontem falámos sobre este assunto, o de sabermos quando é a altura certa para nos insinuarmos, darmos o primeiro passo, quebrarmos o gelo… Não tirámos grandes conclusões a não ser que a altura certa e o grau de sucesso destas investidas (mais uma vez) depende do enquadramento, das pessoas, blá blá…

Mas a verdade é que este impasse é transversal a muitos assuntos na nossa vida e saber interpretar os sinais tem ciência. E cada um tem a sua.

Giro giro é perceber que ter mais experiência não é necessariamente um aspecto positivo quando queremos partilhar saberes com quem a tem a menos. Extravasar, ser arrojado e intuitivo são palavras por vezes vagas ou inoportunas para quem já as usa à sua maneira. “Faz assim, ou assado”, “Tenta antes isto ou aquilo” é um atentado à genuinidade e aos “tempos” que o tempo tem.

E de todos os palpites que dei, apenas um fez sentido:

The page cannot be displayed. There is a problem with the page you are trying to reach and it cannot be displayed.

Resta-nos ouvir, que penso ser o melhor conselho para quem ousa partilhar.

quarta-feira, maio 03, 2006

Vidas desencontradas

Vidas desencontradas
rotinas rodeadas de fantasmas nocturnos que nos vão matando
vidas imitadas e pouco vividas
desencontros permanentes
procuras desejadas seguidas de encontros equivocados
sentimentos por expressar e com tanto que dizer
exigencias do perfeito retribuidas com todos os defeitos
sonhos desorientados à procura de um norte soalheiro
corações desconhecidos (por vezes de caras conhecidas)
que nos iluminam:
as rotinas
as procuras
os defeitos
os encontros
os corações
os sonhos
as vidas!!!

e letras que dizem tudo isto e mais...

"Lá em baixo ainda anda gente
apesar de ser tão noite
há quem tema a madrugada
e no escuro se afoite
há quem durma tão cansado
nem um beijo os estremece
de manhã acordarão
para o que não lhes apetece
e há quem imite os lobos
embora imitando gente
há quem lute e ao lutar
veja o mundo a andar para a frente


E tu Maria diz-me onde andas tu
qual de nós faltou hoje ao rendez-vous
qual de nós viu a noite
até ser já quase de dia
é tarde, Maria
toda a gente passou horas
em que andou desencontrado
como à espera do comboio
na paragem do autocarro


Lá em baixo ainda anda gente
apesar de ser tão tarde
há quem cresça no escuro
e do dia se resguarde

há quem corra sem ter braços
para os braços que os aceitam
e seus braços juntos crescem
e entrelaçados se deitam
e a manhã traz outros braços
também juntos de outra forma
de quem luta e ao lutar
a si mesmo se transforma

E tu Maria diz-me onde andas tu
qual de nós faltou hoje ao rendez-vous
qual de nós viu a noite
até ser já quase de dia
é tarde, Maria
toda a gente passou horas
em que andou desencontrado
como à espera do comboio
na paragem do autocarro


Lá em baixo ainda há quem passe
e um sonho que anda à solta
vem bater à minha porta
diz a senha da revolta
vou plantá-lo e pô-lo ao sol
até que se recomponha
é um sonho que acordado
vale bem quem ele sonha

lá em baixo, até já disse
que é que tem a ver comigo
e no entanto sobressalto
se me batem ao postigo

E tu Maria diz-me onde andas tu
qual de nós faltou hoje ao rendez-vous
qual de nós viu a noite
até ser já quase de dia
é tarde, Maria
toda a gente passou horas
em que andou desencontrado
como à espera do comboio
na paragem do autocarro


Lá em baixo ainda anda gente
e uma cara desconhecida
vai abrindo no escuro
uma luz como uma ferida
como a luz que corre atrás
da corrida de um cometa
e vejo vales e valados
no sopé duma valeta
lá em baixo ainda anda gente
e uma cara conhecida
vai ateando noite fora
um incêndio na avenida

És tu Maria, eu sei, já sei, és tu
qual de nós faltou hoje ao rendez-vous
qual de nós viu a noite
até ser já quase de dia
é tarde, Maria
toda a gente passou horas
em que andou desencontrado
como à espera do comboio
na paragem do autocarro"


Lá em baixo
Sérgio Godinho

terça-feira, maio 02, 2006

Mexe-se sozinho e mete muito medo...

"Já vi muitas caras mas nunca apertei nas minhas mãos um coração. Uma coisa que vive é como um mecanismo, não é? É, só que se mexe sozinho, o que o torna impossível e mete muito medo. ...
Só tu me fazes dizer as coisas que te digo. Estou à tua espera. Quando chegares vou-te morder
devagarinho. Só até fazer doer. Agora, para que o tempo passe, vou escrever o que passa pela minha cabeça. É então assim.
Eu sou um menino, tu uma menina. Um menino é em tudo diferente de uma menina e em tudo
semelhante. Isto é a primeira complicação. Como todas as outras derivam desta e resumem-se
não vale a pena perder tempo com complicações.
Restam as coisas simples. São as mais belas. Por exemplo, o haver uma pessoa que goste de outra. Isto é o mais belo de tudo o que há no mundo por mais que se procure por todo o lado. O que é que quer dizer uma menina gostar de um menino ou um menino gostar de uma menina? Quer dizer: fazerem tudo um pelo outro. O tudo é que pode ser maior ou mais pequenino. E o que quer dizer um menino gostar de uma menina que também gosta desse menino? Isso é o fim do mundo.
De vez em quando, muito de vez em quando, há um fim do mundo. O mais engraçado é que ninguém nota. O menos engraçado é que ninguém aprende. Isto é: ninguém sabe nem como começa nem como acaba, nem como se repete. Para dizer a verdade nem se sabe como dura um fim do mundo em que duas pessoas podem fazer tudo, são tudo, sem mais ninguém. Não está bem.
É por isso que há os amigos. Os amigos sobrevivem aos fins do mundo. Este é o único critério. A
amizade é tão bonita como o amor e tem a obrigação de durar mais tempo. Por aqui se vê que
o tempo é muito importante.

A vida não é assim uma sucessão de pequenos fins mas sim uma sucessão de pequenos milagres e não digo mais nada até tu chegares para te começar a morder. Só, só até doer. Só tu me fazes fazer as coisas que faço."

Pedro Paixão in Viver todos os dias cansa

A todas as praias da nossa vida


(à minha ilha de faro)

Tarde quente tanto quanto a pele
Suspiro todo o mar que vejo
Este agora que quero eterno
Sempre revisitado, é meu
Distante d’um só Inverno

Menina praia, meu abraço
Preguiça velha, arrepio
Oiço a música tocada, rio
Amigos, meu compasso

Já vou embora, e quero?
Cada distância percorrida
Menos uma voz, menos uma guitarra
“Fica calma, fica fria”