quarta-feira, janeiro 07, 2009

Alentejo profundo

O pensamento faz-se lento. Fazemo-lo brando. Os caminhos são-no, porque neles se vêem idas. Mas poucas voltas. Entre cacimba e orvalhada, espreitam achas lá na casa. Quando fora da estação de tempo quente, é também caldo lá dentro. São as almas.

Na Herdade do Sobroso há muito porque ficar. Frontal, o silêncio dos sobreiros, faz-nos buscar idas energias. A luz sadia do tempero no alimento prende-me. Paladares finos. Há lá tinto, noz para abóbora em doce e um bom dia de amigo. São os quereres.

Ainda bem que assim te encontramos. Alentejo distante, sozinho, aromático. Mais d’alguns que nosso. Cama branca, monte desenhado a cera da cor que mais gostamos. Entre estradas não muda nada. Nem as gentes. Nem as posses. Mas mesmo assim és labirinto de planura. São as saudades.
C.

3 comentários:

ML disse...

arrebatada com o texto e com as fotos!!!!

Mamã disse...

Sem palavras... muito bom

tuBo em cima disse...

Obrigada amigas! Beijos ;)