segunda-feira, junho 04, 2007

revisita

estou naqueles dias em que o meu coração está apertadinhoooooooooooo e não sei o motivo. Angustias temporárias que me levam a voltar a achar que o rumo que vou dando à minha vida, ainda não é o que me faz falta.
Sim, tive um fim de semana óptimo e cheio de sol. Começou logo na sexta com uma mega-jantarada com 2 das minhas melhores amigas num sitio fantástico, depois no sábado com ida à praia com direito a banho de mar e tudo e com o fecho de dia lá por casa com mais uma das minhas recepções a amigos e irmãos que eu tanto adoro (os amigos, os irmãos e as recepções). Ontem? mais praia, caminhada à beira mar, facadinhas na dieta, banho revigorante e noite de tv vegetativa que acabou comigo a ler "memórias" passadas a papel. Como eu estava feliz no dia em que escrevi o meu diário em HUE. Sim, contagiou-me!!! E no entanto cá estou eu, de coração apertado, a achar que não pertenço aqui, a sentir-me por preencher, por realizar e à deriva... E de repente faz-me sentido esta revisita ao revisitado:

"Lisbon revisited (1926)

Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.


...

Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...

Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me naufrago;
ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.

Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...

...

Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,

Fantasma a errar em salas de recordações...

....

Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim!...

Álvaro de Campos"

Incrível a identificação que vou tendo no que vou relendo!
Mas pronto, talvez angústia passageira de uma segunda feira de manhã...
Só me pergunto: "mas o que é que se passa contigo, míuda? Estás parva ou quê?!?!?! Siga para a frente, deixa o teu coração sorrir com tudo aquilo que tem e o faz bater".
Termino com a mensagem de mim para mim:
"Deixa-te de merdas, e sente-te grata de tudo aquilo que tens, e mais que isso, de tudo aquilo que terás a partir de hoje"

ML

1 comentário:

Anónimo disse...

guapa! hummmm
o que faz falta? :(
bjs tia maluka
ct